“Esse disco é fruto do trabalho de internacionalização que faço desde 2008 com minha carreira e como integrante do Fórum da Música de Minas Gerais. Conheci o João, que é português, na feira estrangeira Womex e quando ele veio para o Brasil, morou um ano lá em casa. Viramos praticamente irmãos e passamos a compor muito juntos. Pensamos em chamar o Suzano, que havia gravado no meu disco Beirut, e deu liga ”, lembra o mineiro Vitor Santana.
Gravado em Belo Horizonte, o disco é aberto com 'Nha cancera ka tem medida' (Manuel Novas/domínio popular), tradicional no repertório da cantora Cesaria Evora, nome maior da música de Cabo Verde. Na sequência, a faixa que dá nome ao disco constitui interessante exemplo de como a mesma música pode ser ouvida como samba ou coladera, dependendo do perfil do ouvinte.
“Há muita similaridade em termos rítmicos, melódicos e harmônicos entre as músicas brasileira e cabo-verdiana”, observa João Pires. O músico, habituado a passar férias no arquipélago africano desde criança, morou lá por pouco mais de um ano, período durante o qual tocou com músicos expressivos do país. “Acho que esse intercâmbio entre Brasil e Cabo Verde só vai se fortalecer. Moçambique e Angola também tem música popular muito forte, são mundos a conhecer”, completa.
Eduardo Tristão Girão - EM Cultura
Faixas:
01 – Nha Kancera Ka Tem Medida – Manuel Novas / Popular de Cabo Verde
02 – Coladera – Vitor Santana e João Pires
03 – Antropologia da Malandragem – Vitor Santana, Flavio Henrique e Marcelo Alberti
04 – Céu Vermelho - Vitor Santana, João Pires e Brisa Marques
05 – Nada Além de Você – Vitor Santana e Murilo Antunes
06 – Navega – João Pires e Brisa Marques
07 – Rutina – Thiakov, Vitor Santana e Flavio Henrique
08 – Ambos Mundos - Vitor Santana e Flavio Henrique
09 – Beirute - Thiakov, Vitor Santana e Flavio Henrique
10 – Tambor de Aboio - Vitor Santana, João Pires e Marcelo Alberti
11 – Valsa para Socorro - João Pires e Brisa Marques