Para evitar a inércia, nada melhor do que uma balançada,
um bom safanão que espante o tédio. É esse o
efeito das músicas da banda mineira monno (assim mesmo, com
letra minúscula) em ouvidos atentos à nova safra do rock
brasileiro. Bruno Miari (voz e guitarra), Coelho (guitarra), Euler
(baixo) e Koala (bateria) têm uma característica preciosa:
senso de URGÊNCIA (assim mesmo, com letra maiúscula),
tanto para as melodias quanto para a nascente carreira do monno.
Mas a urgência aqui é muito mais uma necessidade do corpo do que um objetivo de mercado. Até porque, “o que é real além da impressão do que se sente?”, pergunta Bruno em “Silêncio”.
Mais divertido do que rotular é ouvir canções como “A falta” ou “Lugar algum”. As ocasionais dissonâncias nos acordes e quebrada nas batidas provocam uma inquietude, uma vontade de fazer alguma coisa a respeito. Talvez isso seja uma impressão boba, algum transtorno obsessivo despertado pelas guitarras altas. Mas de alguma forma a impressão pode fazer sentido: o monno esta aí e você precisa fazer alguma coisa a respeito.
* Rodrigo Ortega é editor da revista eletrônica Pílula Pop (www.pilulapop.com.br)
Faixas
01 - Enquanto o Mundo Dorme
02 - Carta Pra Depois
03 - O Pouco que Eu Quis
04 - As pequenas coisas
05 - Acontece
06 - 21 Dias