Projeto Vivaviola - 60 cordas em movimento
Por João Evangelista Rodrigues
Instrumento fundamental na formação da identidade
cultural de Minas e do Brasil, a viola caipira continua presente nas
manifestações culturais, nas festas religiosas e
populares em todo país. Nas palavras do professor Romildo
Sant’Anna a viola caipira “é uma das mais relevantes
expressões da cultura e da arte radicalmente brasileira”.
A música de viola é uma linguagem expressiva da cultura
identitária brasileira. A viola é fruto de uma realidade
cultural complexa formada por elementos religiosos, crenças,
costumes, permeada por matizes étnicos e históricos. Por
isso, o instrumento, em suas diversas formas de uso, contribui para
escrever a história da música brasileira.
A música de viola ressurge a partir dos anos 80 no ambiente
cultural contemporâneo - após um período de
ostracismo - com força e importância no cenário
fonográfico. Diferente dos modismos, ela retrata questões
relacionadas à tradição com ênfase na
expressão de raiz.
Lançado com grande sucesso em outubro de 2008, no Teatro
Alterosa, em Belo Horizonte. O projeto reúne os violeiros
Bilora, Chico Lobo, Gustavo Guimarães, Joaci Ornelas, Pereira da
Viola e Wilson Dias, compositores e intérpretes da
autêntica música de viola.
Símbolo do coletivo, do mutirão, este projeto encadeia-se
no processo de legitimação da viola caipira como marca da
diversidade cultural brasileira. O espetáculo VivaViola
é, de certa forma, uma referência aos sertões de
minas, através de canções que refletem as
vivências afetivo-sensorial deste grupo de cantadores
comprometidos com a realidade social e os valores da cultura brasileira.
O “VivaViola” apresenta o universo da viola caipira em
vista a sua importância e seu ressurgimento como expressão
artístico-cultural. Revigora a existência de uma
coletividade em torno da tradição, no âmbito da
música mineira e brasileira.
Os artistas, cada qual com suas particularidades e estilos, naturais de
diferentes lugares de Minas, apresentam músicas que retratam as
influências dos lugares de onde vieram, em genuínas formas
de expressão, como modas, batuques e toadas.
Faixas
01- Folia de chegada - Dom. público
02- A voz do rio - Gustavo Guimarães
03- Toada do amor - Bilora
04- Pois sim pois não - Pereira da Viola / João Evangelista Rodrigues
05- Canção de Siruiz - Wilson Dias (Dom. público
registrado por Guimarães Rosa em Grande Sertão
Veredas)
06- Boi de Santana - Gustavo Guimarães
07- Coqueiro vai - Dom. público - adaptação: Josino Medina
08- Catira - Chico Lobo
09- Brasil festeiro - Wilson Dias / João Evangelista Rodrigues
10- Calango na cidade - Bilora
11- Moda de violeiro - Joaci Ornelas / João Evangelista Rodrigues
12- No braço dessa viola - Chico Lobo
13- Menina flor - Pereira da Viola / Josino Medina
14- Batuque de despedida/Té logo meus companheiros - Dom. público
12:00