Elis Regina
Elis Regina Carvalho Costa
Nascido - 17/3/1945 Porto Alegre, RS
Morto - 19/1/1982 São Paulo, SP
Biografia
Cantora.
Nasceu no Hospital da Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre,
às 15h10. Foi a primogênita do casal Romeu Costa e Ercy
Carvalho Costa. Cinco anos depois, nasceria seu irmão
Rogério Costa. Entre 1952 e 1956, cursou o primário no
Grupo Escolar Gonçalves Dias, em Porto Alegre. Aos sete anos de
idade foi ao programa "Clube do Guri" (Rádio remdad -->
Discografia
(2004) Elis & Tom (reedição remixada) • Trama
(2002) 20 anos de saudade • Universal Music CD
(1999) Transversal do tempo • Universal Music
(1998) Elis vive • Warner Music CD
(1995) Elis ao vivo • Velas CD
(1994) Elis Regina no Fino da Bossa-Ao vivo • Velas CD
Shows
Elis Regina e Bossa Jazz Trio. Olympia, Paris.
Elis com Miéle & Bôscoli. Teatro da Praia, Rio de Janeiro.
Falso Brilhante. Teatro Bandeirantes, São Paulo.
Transversal do Tempo. Teatro Leopoldina, Porto Alegre.
13º Festival de Jazz de Montreux. Suíça.
Saudades do Brasil. Canecão, Rio de Janeiro.
Bibliografia
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música
Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral
Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto
Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora
Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro:
Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010.
3ª ed. EAS Editora, 2014.
ECHEVERRIA, Regina. Furacão Elis. Rio de Janeiro: Nórdica, 1985.
SEVERIANO, Jairo e HOMEM DE MELLO, Zuza. A canção no tempo vol. 2. São Paulo: Editora 34, 1998.
Elis Regina
- Nasceu - 17/3/1945 em Porto Alegre. Faleceu - 19/1/1982
Gravou o primeiro LP em 1961, pela Continental "Viva a Brotolândia", com calipsos e rocks.
Maiores
sucessos - "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes
(vencedora do I Festival de Música Popular Brasileira da TV
Excelsior), "Canto de Ossanha" (Baden Powell/ Vinicius de Moraes),
"Louvação" (Gilberto Gil/ Torquato Neto) e "Lunik 9"
(Gil). "Canção do Sal", de Milton Nascimento, Ivan Lins
("Madalena"), Tavito/ Zé Rodrix ("Casa no Campo") e Belchior
("Como Nossos Pais"). "O Bêbado e a Equilibrista", de Aldir Blanc
e João Bosco, "Caçador de Esmeraldas", "Mestre-sala dos
Mares", "Dois pra Lá, Dois pra Cá", "Upa, Neguinho" (Edu
Lobo/ G. Guarnieri), "Águas de Março" (Tom Jobim), "Ponta
de Areia" (Milton Nascimento/ Fernando Brant), "Folhas Secas" (Nelson
Cavaquinho/ Guilherme de Brito) e "Romaria" (Renato Teixeira).
Ela morreu em 1982, decorrente de overdose de drogas.
Elis
Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945 —
São Paulo, 19 de janeiro de 1982) foi uma cantora brasileira,
conhecida como a Pimentinha.
A jovem Elis
Elis Regina nasceu
na capital no Rio Grande do Sul, onde começou a carreira como
cantora aos onze anos de idade em um programa de rádio para
crianças chamado O Clube do Guri, na Rádio Farroupilha,
apresentado por Ari Rego. Sobre o começo da carreira de Elis e a
disputa entre quem de fato a lançou, o produtor Walter Silva
disse à Folha de S. Paulo ([1]): "Poucas pessoas sabem quem
realmente descobriu Elis. Foi um vendedor da gravadora Continental
chamado Wilson Rodrigues Poso, que a ouviu cantando menina, aos quinze
anos, em Porto Alegre. Ele sugeriu à Continental que a
contratasse, e em 1962 saiu o disco dela. Levei Elis ao meu programa,
fui o primeiro a tocar seu disco no rádio. Naquele dia eu disse:
Menina, você vai ser a maior cantora do Brasil. Está
gravado."
Em 1959 foi contratada pela Rádio
Gaúcha, e em 1961 viajou ao Rio de Janeiro, onde gravou o
primeiro disco, Viva a Brotolândia. Lançou ainda mais
três discos, enquanto morava em Porto Alegre.
Em 1964, um
ano com a agenda lotada de espetáculos no eixo Rio-São
Paulo, assinou um contrato com a TV Rio para participar do programa
Noites de Gala; é levada por Dom Um Romão para o Beco das
Garrafas sob a direção da dupla Luís Carlos
Miéle e Ronaldo Bôscoli, com os quais ainda realizaria
diversas parcerias, e um casamento com Bôscoli em 1967.
Acompanhada agora pelo grupo Copa trio, de Dom Um, canta no Beco das
Garrafas, o reduto onde nasceu a bossa nova, e conhece o
coreógrafo americano Lennie Dale, que a ensinou a mexer o corpo
para cantar, tirando aquele nado que ela tinha com os braços.
Participa
do espetáculo Fino da Bossa organizado pelo Centro
Acadêmico da Faculdade de Odontologia da Universidade de
São Paulo, que ficou conhecido também como Primeiro
Demti-Samba, dirigido por Walter Silva, no Teatro Paramount, atual
Teatro Abril (São Paulo). Ao final do mesmo ano (1964) conhece o
produtor Solano Ribeiro, idealizador e executor dos festivais de MPB da
Tv Record. Um ano glorioso, que ainda traria a proposta de apresentar o
programa O Fino da Bossa, ao lado de Jair Rodrigues. O programa,
gravado a partir dos espetáculos e dirigido por Walter Silva,
ficou no ar até 1967 (TV Record, Canal 7, SP) e originou
três discos de grande sucesso: um deles, Dois na Bossa, foi o
primeiro disco brasileiro a vender um milhão de cópias.
Em
1975, com o espetáculo Falso Brilhante, que mais tarde originou
um disco homônimo, atinge enorme sucesso, ficando mais de um ano
em cartaz e realizando quase 300 apresentações. Um dos
mais bem sucedidos espetáculos na história da MPB,
tornou-se um marco definitivo da carreira. Ainda teve grande
êxito com o espetáculo Transversal do Tempo, em 1978, de
um clima extremamente político e tenso; o Saudades do Brasil, em
1980, sucesso de crítica e público pela originalidade,
tanto nas canções quanto nos números com
dançarinos amadores e, finalmente o último
espetáculo, Trem Azul, em 1981.
Desde a década de
1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular
Brasileira (TV Record), até o final da década de 1980, a
televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos
espetáculos transmitidos; apresentando os novos talentos da MPB,
registravam índices recordes de audiência. Elis Regina
participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), um desses momentos
marcantes da televisão; o programa exibiu uma série de
entrevistas e musicais cujo tema era a Mulher e a discussão do
papel feminino na sociedade de então, abordando esta
temática no contexto da música nacional e da
inegável preponderância das vozes femininas na MPB; com
Maria Bethânia, Fafá de Belém, Zezé Motta,
Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna, Elis Regina, Gal Costa e as
participações especiais das atrizes Regina Duarte e
Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
Foi
Elis quem também lançou boa parte dos compositores
até então desconhecidos, como Milton Nascimento, Renato
Teixeira, Gilberto Gil, João Bosco e Aldir Blanc, Sueli Costa,
entre outros. Seu grande admirador, Milton Nascimento, a elegeu musa
inspiradora e a ela dedicou inúmeras composições.
Dentre
as dezenas de sucessos consagrados, estão: Arrastão,
Canção do sal, Casa no campo, Fascinação,
Maria Maria, Cartomante, Corcovado, O Bêbado e a Equilibrista,
Aquarela do Brasil, Águas de março, Retrato em preto e
branco, Alô Alô marciano, Chega de Saudade, Carolina,
Dinorah Dinorah, Canção da América, Travessia,
Saudosa maloca, Me deixas Louca, Aviso aos navegantes, Folhas secas,
Tiro ao Álvaro, Iracema, Aquele Abraço, Como nossos pais,
Doente Morena, Ensaio Geral, Fechado pra Balanço, Ladeira da
Preguiça, Louvação, No Dia Em Que Eu Vim Me
Embora, Meio de Campo, O Compositor Me Disse, Gracias a la vida,
Oriente, Rebento, Roda, Se Eu Quiser Falar Com Deus, Viramundo, dentre
muitos outros.
Desde que foi descoberta trilhou uma carreira de
grande sucesso, tendo a seus pés crítica e
público, unindo técnica e perfeccionismo, à
emoção e energia, típicas das
apresentações.
Anos de chumbo
Elis Regina
criticou muitas vezes a ditadura brasileira, os difíceis Anos de
chumbo que perseguiu e exilou muitos músicos em sua
época, seja por meio de declarações
públicas ou pelas canções que interpretava. Em
entrevista, no ano de1969, declarou que o Brasil era governado por
gorilas[1](Há ainda controvérsias em
relação a essa declaração. Existem arquivos
dos próprios militares onde ela se justifica dizendo que isso
foi criado por jornalistas sensacionalistas). Sua popularidade a
manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a
cantar oHino Nacional durante um espetáculo em um
estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira.
Sempre
engajada politicamente, Elis participou de uma série de
movimentos de renovação política e cultural
brasileira, destacando a Marcha contra as guitarras, ainda nos anos 60,
ao lado de artistas como Gilberto Gil e outros, ainda participou
ativamente da campanha pela Anistia de exilados brasileiros. O
despertar de uma postura artística engajada e com excelente
repercussão acompanharia toda a carreira, sendo enfatizada por
interpretações consagradas de O bêbado e a
equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc), a qual vibrava como o
hino da anistia. A canção coroou a volta de
personalidades brasileiras do exílio, a partir de 1979. Um
deles, citado na música, era o irmão do Henfil, o
Betinho, importante sociólogo brasileiro.
Outra
questão importante se refere ao direito dos músicos
brasileiros, polêmica que Elis encabeçou, participando de
muitas reuniões em Brasília. Além disso, foi
presidente da Assim, Associação de Intérpretes e
de Músicos.
Em meio a uma grande comoção
nacional, faleceu aos 36 anos de idade em 19 de janeiro de 1982, devido
a complicações decorrentes de uma overdose de drogas,
tranquilizantes e bebida alcoólica. Foi sepultada no
Cemitério do Morumbi. "Choram Marias e Clarices...Chora a nossa
pátria mãe gentil. Em busca de um sol maior, Elis Regina
embarcou num brilhante trem azul, deixando conosco a eternidade de seu
canto pelas coisas e pela gente de nossa terra. E uma imensa
saudade"´´. - Agência de Publicidade.
Elis
é mãe de João Marcelo Bôscoli, filho do
casamento com o músico Ronaldo Bôscoli, e de Pedro Camargo
Mariano e Maria Rita, filhos do pianista César Camargo Mariano.
Os três enveredaram pelo ramo da música.
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