Clara Nunes
Clara Francisca Gonçalves
Nascido - 12/8/1942 Caetanópolis, MG
Morto - 2/4/1983 Rio de Janeiro, RJ
Biografia
Cantora. Compositora. Nasceu em Cedro (Distrito de Paraopeba), hoje
Caetanópolis, onde viveu até aos 16 anos. Era a
caçula dos sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo
e Amélia Gonçalves Nunes. O pai tinha o ofício de
serrador (marceneiro) na fábrica de tecidos Cedro &
Cachoeira, e era conhecido como Mané Serrador, violeiro e remdad
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Composição
À flor da pele (com Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro)
Discografia
(2008) Clara Nunes - Os musicais do Fantástico das décadas 70/80 • EMI/Globo Marcas DVD
(2006) Sobras repletas • AMAR/CPC/UMES CD
(2005) Clara Nunes canta Tom e Chico • EMI CD
(1993) Clara Nunes - 10 anos • Som Livre
(1985) Alvorecer • Som Livre LP
(1984) A Deusa dos Orixás • Som Livre LP
Shows
Show Canto das três raças. Teatro Clara Nunes, RJ. (1977)
Show Clara Mestiça. Direção de Bibi Ferreira. Teatro Clara Nunes, RJ. (1976)
Brasileiro profissão esperança, com Paulo Gracindo e textos de Paulo Pontes. Canecão, RJ. (1974)
O poeta, a moça e o violão, com Toquinho e Vinícius. Teatro Castro Alves, Salvador, Bahia. (1973)
Bibliografia
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música
Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral
Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto
Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora
Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. MPB - A História de Um Século.
2ª ed. Revista e ampliada, Rio de Janeiro: MEC/Funarte/Instituto
Cultural Cravo Albin, 2012.
ALBIN, Ricardo Cravo. MPB - Mulher (FOTOS: Mario L. Thompson). Rio de
Janeiro: Edição ICCA - Instituto Cultural Cravo Albin,
SESC-Rio de Janeiro e ELPASO, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, a história de um século. Rio
de Janeiro: Atrações Produções
Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.
ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., 2003.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro:
Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010.
3ª ed. EAS Editora, 2014.
Clara Nunes
- Nasceu - 12/8/1943 Faleceu - 2/4/1983
Cantora Sambista
Maior
sucessos: "Juízo Final" (Nelson Cavaquinho/ Élcio
Soares), "Coração Leviano" (Paulinho da Viola) e "Morena
de Angola" (Chico Buarque). "Você Passa e Eu Acho Graça"
(Ataulfo Alves/Carlos Imperial), "Ê Baiana", "Ilu Ayê -
Terra da Vida", "Tristeza, Pé no Chão" (Armando
Gonçalves Mamâo), "A Deusa dos Orixás",
"Macunaíma", "O Mar Serenou" (Candeia), "As Forças da
Natureza" (João Nogueira/ Paulo César Pinheiro),
"Guerreira", "Feira de Mangaio" (Sivuca/ Glorinha Gadelha), "Portela na
Avenida" (Mauro Duarte/ Paulo César Pinheiro),
"Nação" (João Bosco/ Aldir Blanc)
Clara
Francisca Gonçalves Pinheiro (Cedro da Cachoeira, 12 de agosto
de 1942 — Rio de Janeiro, 2 de abril de 1983) foi uma cantora
brasileira, considerada uma das maiores de samba do país.
Clara
Nunes nasceu no interior de Minas Gerais no distrito de Cedro da
Cachoeira, à época pertencente ao município de
Paraopeba e depois emancipado com o nome de Caetanópolis.
Trabalhava
numa fábrica quando participou do concurso A Voz do Ouro ABC,
vencendo a etapa mineira e terceiro lugar na final, em São
Paulo, 1960. A partir daí, conseguiu emprego numa rádio
belo-horizontina e se apresentava em casas noturnas da cidade onde
viveu até 1964, quando mudou-se para o Rio de Janeiro.
O
primeiro LP, A voz adorável de Clara Nunes (1966), apresentou um
repertório de conhecidos boleros e sambas-canções,
mas foi um fracasso comercial. Só começou a cantar samba
a partir do segundo, Você passa eu acho graça, em 1968,
cuja faixa-título, de Ataulfo Alves, foi o primeiro grande
sucesso radiofônico, firmando-se como cantora desse gênero
anos depois.
Com o LP Alvorecer de 1974 obteve grande sucesso
com a canção Conto de areia (Romildo/ Toninho). Clara
ganharia uma homenagem da cantora Simone Bittencourt de Oliveira
dezessete anos depois no disco Raios de Luz. Bateu índices
recordes de vendagem, chegando a quinhentas mil cópias - feito
nunca realizado anteriormente por uma mulher no Brasil - e rompendo com
o tabu de que cantora não vendia discos e estimulou outras
gravadoras a investir em sambistas mulheres (formou também o
trio ABC do samba - Alcione, Beth Carvalho e a própria Clara,
assim como deu visibilidade a sambistas mais veteranas, casos de Dona
Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra e Clementina de Jesus). Os
discos que se seguiram a transformaram na maior intérprete de
samba do Brasil. O disco seguinte Claridade (1975) vendeu ainda mais do
que o anterior.
Alguns anos depois, pode-se observar um maior
ecletismo no repertório, que incluiu baiões, baladas e
até valsinhas, confirmando assim a grande versatilidade de
intérprete, além das canções calcadas no
tema do umbanda, a religião, e por caractertísticas dela
e por suas indumentárias características: vestidos longos
brancos, colares e miçangas, de origem africana.
Canções que exaltam a religiosidade são: A deusa
dos orixás, Guerreira, Filhos de Gandhi, e outras.
Na voz
de Clara Nunes foram consagradas as seguintes
interpretações: Você passa eu acho graça,
Conto de areia, Canto das três raças, Ê baiana,
Tristeza pé no chão, Nação, Na linha do
mar, Morena de Angola, O mar serenou, Guerreira, Ilu Ayê - Terra
da Vida, Coração leviano, As forças da natureza, A
deusa dos orixás, Macunaíma, Alvorada, Menino Deus, Feira
de Mangaio, Portela na Avenida, Serrinha,Nação,
Misticismo da África ao Brasil, Lama, Sem companhia, Filhos de
Gandhi, Deixa clarear, Derramando lágrimas, dentre outras.
O
álbum mais vendido foi Brasil Mestiço (1980) que
ultrapasssou a marca de um milhão de cópias vendidas.
Clara tem no acervo mais de dezoito discos de ouro e é lembrada
com muito carinho pelos brasileiros. Morreu na madrugada de 2 de abril
de 1983 prematuramente aos 39 anos, depois de vinte e oito dias em
coma: no princípio de março, ela se internou na
Clínica São Vicente, no bairro da Gávea, no Rio de
Janeiro, onde se submeteu a uma simples operação de
varizes na perna esquerda, por motivo de fortes dores que sentia ao
dançar. Sofreu parada cardíaca e
paralisação da atividade cerebral, por falta de
oxigenação, vítima de um choque anafilático
ou de um erro médico.
O corpo foi velado na quadra da
Escola de Samba Portela - uma de suas paixões - e sepultado no
Cemitério São João Batista, em meio a muita
emoção dos fãs, cantores e parentes.
Alcione lhe dedicou um disco, como grandes amigas que eram, gravando músicas do repertório - o Claridade, de 1999.
Foi
casada com o poeta e letrista Paulo César Pinheiro, de quem
gravou diversas composições. Paulo César hoje
é casado com a cavaquinista Luciana Rabello.
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